Cine Teatro Cuiabá faz 79 anos
21/05/2021
O Cine Teatro Cuiabá foi inaugurado em 23 de maio de 1942 e, para comemorar seus 79 anos, foi montada uma programação especial para este sábado (22).
São exibições de produções mato-grossenses de diferentes períodos, com performances ao piano de Arthur Scharneski, em sessões presenciais (seguindo as normas de biossegurança atuais) e também com transmissão pelas redes sociais do aparelho cultural.
Entre os curtas que serão exibidos e compartilhados online está Cuiabá Sob o Olhar de Lázaro Papazian (2005, 13’), de Aliana Camargo e Cristiano Costa. O documentário aborda o espaço urbano de Cuiabá por meio dos registros históricos de Lázaro Papazian, fotógrafo e cinegrafista de origem armênia que, em 1926, mudou-se para cidade e, a partir de então, passou a registrar episódios da vida social e política da capital mato-grossense.
Papazian foi um dos poucos a registrar vários acontecimentos da cuiabania, como a filmagem da demolição, em 1968, da Igreja Matriz Senhor Bom Jesus de Cuiabá, evento que marca a busca por modernização da cidade, seguindo os passos da recém- criada capital do país. Produção foi premiada no 12º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá (2005).
O curta Centro Histórico de Cuiabá (2020, 13’), de Bill Reino, foi produzido pelo departamento de Mato Grosso do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MT), em parceria com diversas instituições que promoveram o Concurso Nacional de Projetos Pró Centro Histórico de Cuiabá no ano 2000. A finalidade era instruir as equipes participantes do concurso sobre a história da formação do Centro Histórico de Cuiabá, o estado de preservação e a relação com o contexto urbano e social da época. O documentário tem roteiro de Antônio Copriva, com texto de narração produzido por Júlio De Lamonica Freire. A locução é de Gilberto Canavarros.
Aproveitando a passagem da Mostra Tempo Glauber (promovida pelo Sesc em 1986 no Teatro da UFMT), os comediantes Liu Arruda (1957-1999) e Meire Pedroso percorreram espaços de Cuiabá e conversam com pessoas de diferentes extratos sociais e culturais sobre o grande cineasta, televisão, cinema e cultura brasileira. O resultado está em P.S: Glauber, Te Vejo em Cuiabá (1986, 15’), de Glória Albuês. Além da presença saudosa de Lúcia Rocha (mãe de Glauber), o curta faz uma crônica irreverente sobre a Cuiabá de meados da década de 1980 e a relação de seus habitantes com a cultura, em especial com a memória do cinema brasileiro.
Fechando a lista tem Licor de Pequi (2016, 15’), de Marithê Azevedo, filme que tem poética construída a partir de 3 gerações de mulheres. Uma senhora (Lúcia Palma) guarda a memória do lugar por meio de objetos que juntou durante a vida, mas está esquecendo as palavras.
Enquanto uma jovem poeta (Luana Costa) busca a palavra geradora para escrever seus poemas. E uma menina (Flor Leite), em fase de alfabetização, descobre as palavras.
Uma conta histórias, a outra escreve poemas, a terceira solta pipas. As 3 habitam o mesmo espaço urbano, o Centro Histórico da cidade de Cuiabá, com casas abandonadas, casas habitadas e casas restauradas, todas com camadas distintas de memória. O filme foi realizado com recursos do MINC/SAV por meio de edital de curtas-metragem com realizadores de todo o país.
Campanha
A celebração presencial também será ocasião para o lançamento da campanha online Memórias e Histórias, que pretende estimular o público mato-grossense a compartilhar relatos e imagens sobre as antigas salas de cinema de rua do Estado, como o Cine São Luiz, Cine Tropical, Cine Bandeirante e o próprio Cine Teatro Cuiabá. A campanha será divulgada pelas redes sociais do Cine Teatro Cuiabá e se relaciona ao projeto Memórias de Aníbal Alencastro e Das Antigas Salas de Cinema de Rua de Mato Grosso, realizado com recursos de fomento da Lei Aldir Blanc e selecionado no Edital Conexão Mestres da Cultura Marília Beatriz de Figueiredo Leite, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).
(A Gazeta / com informações da assessoria)
(A Gazeta / com informa?es da assessoria)