in-Próprio Coletivo encena peça audiovisual inspirada na velhice neste fim de semana

09/08/2018

Após circular por mais de 40 cidades brasileiras, OraMortem, o primeiro espetáculo do in-Próprio Coletivo, de Cuiabá, realiza curta temporada neste fim de semana no Cine Teatro. A peça será encenada na Sala Anderson Flores, em sessões às 20h30, no sábado (11) e domingo (12), integrando a Mostra MT Convida. Os ingressos a R$ 20 são adquiridos na bilheteria do local.

Com dois Prêmios Cenym de Teatro Nacional, OraMortem é fruto de uma experiência em criação compartilhada. O espetáculo trata das sensações de uma senhora ao projetar possíveis encontros com um jovem: em cena, dois atores, três músicos e uma iluminadora performer adentram um espelho d’água para, juntos, tecerem uma narrativa que se apoia nas sombras projetadas, nos sussurros dos amantes e no compasso dos seus (des)encontros.

No enredo, não há utilização da palavra, o que convoca o espectador a construir uma narrativa subjetiva, baseada nos estímulos audiovisuais a que é exposto. O espaço, a luz, a música e a atuação se retroalimentaram e influenciaram simultânea e constantemente. “Experimentar OraMortem requer que essa convocação seja um acordo tácito entre os artistas e a plateia”.

OraMortem é inspirado num instante de delírio e afetos de dona Maria de Lourdes, uma mineira de 90 anos, avó da diretora Daniela Leita. Logo após a viuvez, Lourdes passou por uma cirurgia de catarata e, possivelmente devido ao uso de anestésicos, somados às fragilidades emocionais daquele período, delirava ser jovem, numa mudança brusca de percepção do tempo.

“Preparava-se para o encontro com seu namorado, com todos os anseios peculiares de uma adolescente. Além disso, confiava que suas filhas eram, na verdade, suas irmãs e, desde então, começou a compartilhar intimidades de sua vida íntima nunca antes reveladas. Essa abertura disparou em mim a possibilidade de um olhar menos óbvio para a velhice e enquanto coletivo, passamos a questionar com mais interesse as potencialidades do corpo como matéria para a criação artística”, conta Daniela.


 

 

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